19
Jun07
criança 3 anos
consultoriodeeducacao
Cara Graça, Obrigado pelo seu email e por partilhar a sua preocupação connosco. Antes de mais, queremos chamar a atenção que a sua "falta de paciência" é muito compreensível e natural. Contudo, gostávamos de poder colocar a hipotese de essa mesma falta de paciência poder estar a servir de modelo ao seu filho no modo de se resolverem problemas. Por exemplo, já reparou que da mesma forma que ameaça o seu filho ele responde na "mesma moeda", com uma careta carrancuda como se ameaçasse alguém? Isto é, a solução está em si, Graça. Se quer que o seu filho tenha um comportamento mais contido e adaptado talvez deva mostrar-lhe que, como mãe, a Graça está à altura de poder gerir e conter as ansiedades do seu filho. Não nos podemos esquecer que eles funcionam como "umas esponjas". Os pais acabam por ser modelos que eles imitam e portanto, grande parte deles reflete-se no que "lêem" nesses modelos de referência. Se queremos ter autoridade não nos podemos desautorizar boicotando o nosso próprio trabalho com maus exemplos, perdendo o nosso respeito. Geralmente, sempre que lhes respondemos duma forma calma e contentora, com o tempo, eles vão-se sentindo mais confortáveis e acabam por gerir melhor as suas dificuldades. Depois, existem várias técnicas em como evitar sentir-se envergonhada, tais como, "tirar de cena" o seu filho se começar a fazer birras no meio de muita gente, nunca o castigar ou humilhar em frente de pessoas, e acima de tudo não tentar resolver uma situação dificil no meio de birras ou choros: intervenha, procurando saber o que se passa, o que o está a deixar ansioso ou triste, mas sempre depois de ele se ter acalmado. Fora disto, é quase uma batalha perdida e vai acabar com a tal falta de paciência e entrar novamente no mesmo ciclo. Com os melhores cumprimentos, Miguel Botelho de Barros